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Cinemateca

O cinema é arte que conversa com todas as artes, e desta forma, dispõe de grande diversidade cultural para expor seu conteúdo. Ao contar histórias, resgata memórias e sonhos em uma perspectiva de poder coletivo, mas também possibilita a expansão do pensamento crítico e a percepção das emoções e do sentir empaticamente.

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A experiência cinematográfica é uma poderosa ferramenta de crítica social, capaz de provocar a raiz dos problemas que envolvem direitos fundamentais e direitos humanos, corroborando para o debate de questões como racismo estrutural, desigualdade social, violência institucional, de gênero e contra LGBTs+, a agressão ao meio ambiente e a denúncia de abusos e precariedades no sistema prisional, entre tantos temas que atingem constantemente a violação destes direitos.

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Desta forma, este espaço se propõe a indicação de filmes e documentários sob a perspectiva dos direitos humanos, e visa contribuir para formação de uma criteriosa cinemateca. Filmes e documentários que tragam em seu âmago o dom de provocar as emoções e o intelecto, ampliando e apurando o olhar sobre estas questões, e gerando conhecimento, reflexão e conscientização diante do que atualmente se considera um grande desafio para humanidade, a real efetivação desses direitos. Bom filme!

O CASO DO HOMEM ERRADO (2018)

Capa do filme O Caso do Homem Errado

SINOPSE: Filme documentário, conta a história de Júlio Cesar Melo Pinto, operário negro, executado em Porto Alegre pela Policia militar em 1980. A história resgata depoimentos da viúva Juçara Pinto e de nomes importantes dos Direitos Humanos e movimento negro no Brasil.​

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DIREÇÃO: Camila de Moraes

Filme sugerido e analisado por Profª. Milena Brito (UFBA):

 

A razão principal é colaborar com o antirracismo e discutir até onde vai a violência racial em nome de uma suposta proteção do Estado. O filme aborda de maneira integral e sensível o que aconteceu, usando vários depoimentos para revelar o choque da cidade com o caso de tão grande injustiça. A viúva, os amigos, a imprensa, a polícia, são vários ângulos do que aconteceu, o que leva o espectador a ver a complexidade do racismo e a entender aspectos éticos e morais da cidadania, da vida, da convivência.

MILK: A VOZ DA IGUALDADE (2009)

Capa do filme Milk: A Voz da Igualdade

SINOPSE: A história conta a luta de Milk frente aos preconceitos da época, e sua luta por direitos e oportunidades iguais para todos, principalmente frente a discriminação sexual. O primeiro gay assumido a ocupar um cargo público na cidade de São Francisco (1977) e consequentemente na politica no EUA.​

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DIREÇÃO: Gus Van Sant

Filme sugerido e analisado por Profª. Heloisa Helana Tourinho:

 

A temática de gênero e diversidade enfrenta muito violência e resistência, até mesmo mais avançadas, para ser respeitada, debatida e punida na Sociedade. O filme retrata o impedimento de um homem de assumir um cargo público, mesmo sendo competente, em virtude de sua condição sexual.

EM BUSCA DE IARA (2013)

Capa do filme Em Busca de Iara

SINOPSE: Este documentário relata a trajetória excepcional de Iara Iavelberg. Apesar de ter uma situação financeira confortável, ela decidiu abandonar a família e investir na luta armada durante a ditadura militar. Iara teve uma relação amorosa com o capitão Carlos Lamarca, e morreu em 1971, aos 27 anos de idade.​

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DIREÇÃO: Flavio Frederico

Filme sugerido e analisado por Profª. Izaura Furtado (UNISBA): 

 

O documentário evidencia a forma de atuação do regime militar no Brasil, que primou por violar direitos humanos. O filme recupera a história da luta contra a ditadura militar no Brasil, na perspectiva da vida desta mulher.

FAÇA A COISA CERTA (1989)

Capa do filme Faça a Coisa Certa

SINOPSE: Salvatore um ítalo-americano (Danny Aiello) é dono de uma pizzaria no Brooklyn, bairro com predominância de negros e latinos, uma das áreas mais pobres de Nova York. Ele comanda a pizzaria juntamente com Vito (Richard Edson) e Pino (John Turturro), seus filhos, além de ser ajudado por Mookie (Spike Lee). Sal decora seu estabelecimento com fotografias de ídolos ítalo-americanos dos esportes e do cinema, o que desagrada sua freguesia. No dia mais quente do ano, Buggin’ Out (Giancarlo Esposito), o ativista local, vai até lá para comer uma fatia de pizza e reclama por não existirem negros na “Parede da Fama”. A parede se torna um motivo de ódio e conflitos.​

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DIREÇÃO: Spike Lee

Filme sugerido e analisado por Gabriel Ribeiro de Oliveira (UFBA): 

 

Filmado no final da década 80, “Faça a coisa certa” é figurinha carimbada dentre as produções audiovisuais que colocam em reflexão as relações raciais entre negros e brancos nos EUA. Num emaranhado de relações sociais entre personagens fílmicos tão diversos quanto são as pessoas do mundo real, o filme consegue explorar a complexidade das relações raciais nos EUA. Sem estabelecer dualidades simplórias entre mocinhos e bandidos, como em grande medida fez o cinema branco hollywodiano ao ilustrar negros e índios na telona, Spike Lee traça um contorno na vida da população negra nas periferias das grandes cidades no fim do século XX. Não abre mão das subjetividades de seus personagens, ao mesmo tempo que revela uma dura objetividade da violência na realidade das pessoas negras. Curiosamente, mas não por mera coincidência, o filme parece até ser uma fotografia dos recentes episódios vividos nos EUA após o assassinato de George Floyd e os atos de rua organizados em torno do Black Lives Matter. Spike Lee, aliás, faz referências bastante explícitas da luta negra no país, como os líderes Martin Luther King e e Malcom X, além da contundente mensagem “Fight The power” passada durante todo o filme pela clássica canção do também clássico grupo de hip hop Public Enemy, em torno dos quais o filme reflete sobre como a violência é uma questão presente no cotidiano da pessoa negra. Seja a violência policial ou seja a violência da revolta e da indignação.

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